Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

Contato

Alameda da Serra 400 / 404 - Nova Lima - MG (31)3264-9590 • (31) 3264-9387 jrasomd@yahoo.com.br

O supremo descaso com a saúde... dos outros


No último dia 30 de novembro, o Supremo Tribunal Federal validou o programa  Mais Médicos, criado no governo Dilma, com o intuito  de melhorar a saúde pública brasileira.
A Associação Médica Brasileira e o Conselho Federal de Medicina questionavam principalmente dois pontos do programa que são escandalosos: primeiro, para o médico estrangeiro participante do programa não há necessidade de validação do diploma. A revalidação é uma prova aplicada pelos conselhos regionais de medicina para avaliar os conhecimentos médicos de estrangeiros; segundo,  os médicos cubanos participantes do programa ganham bem menos do que seus pares.
Em seu voto, o relator do processo, o decano Marco Aurélio de Mello, interpretou que a dispensa da necessidade de revalidação coloca em risco a saúde da população. Quanto ao pagamento menor aos médicos cubanos, o ministro também foi contra, afirmando que isso violaria a dignidade desses profissionais.
Infelizmente, apenas a ministra Rosa Weber acompanhou o voto de Marco Aurélio. Seis outros ministros votaram contra o relator, ou seja, a favor do Mais Médicos, sem modificações. Foram eles:  Alexandre Moraes, Édson Fachin, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Carmem Lúcia. O placar foi folgado, 6 a 2.
Essa votação encerra os questionamentos das entidades médicas cuja preocupação maior não repousa apenas na ineficácia do programa para a solução de problemas da saúde pública, mas também pelo risco potencial para aquela parcela da população menos favorecida.
O governo atual herdou a nefasta política pública dos governos anteriores. A solução proposta é arriscada: importar médicos, sem se importar com a qualidade. Ao lado dessa medida, a abertura indiscriminada de faculdades de medicina, cuja intenção é  facilitar o acesso da população aos médicos. Não se pensou em nenhum momento que a formação de um profissional da saúde é longa, sacrificada e exige não apenas infraestrutura das escolas, mas um corpo docente de qualidade.
Mais médicos não significa mais medicina. A carência de enfermeiras e técnicos de enfermagem é muito mais crítica do que a de médicos. O programa também não resolve a grave lista de espera por cirurgias eletivas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) . Tampouco se preocupou com o fechamento de leitos para o SUS, nem com a falta de vagas em CTI e outros pontos importantes que precisam de urgência ainda maior do que o aumento do número de médicos.
Na contramão do governo, a medicina privada hoje tem, como seu principal desafio, a busca pela qualidade da assistência. As melhores instituições do país pagam para ser auditadas em busca de selos de qualidade que a diferenciam pela segurança oferecida aos pacientes. O gerenciamento de um corpo clínico e dos profissionais da sáude, devidamente qualificados, é condição primeira para essa busca.
Nesse aspecto, os ministros que votaram a favor do Mais Médicos não precisam se preocupar. Afinal, eles não precisam do SUS. Se necessitarem de uma consulta, de um exame ou de uma internação, sabem a quem recorrer. Serão atendidos por médicos com títulos de especialistas,  devidamente registrados nos conselhos regionais de medicina e  que trabalham em instituições com selos de qualidade.
Já para os demais brasileiros que não têm a mesma sorte, uma consultinha com um médico cubano, que saiba ou não medicina, está de bom tamanho.







Revisão e formatação:
Ophicina de Arte & Prosa


Categories: