Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

Contato

Alameda da Serra 400 / 404 - Nova Lima - MG (31)3264-9590 • (31) 3264-9387 jrasomd@yahoo.com.br

O médico e a política


Em torno do dia 18 de outubro, dia de São Lucas, do médico, gostaria de escrever algo que não fosse laudatório, atordoado que estou, como a maioria dos médicos sérios deste país, com a política em torno da Medicina, nossa profissão.

Alguns entendem que o programa “Mais Médicos” tem cunho ideológico e eleitoreiro e o atacam por isso. Penso que o problema maior deste programa “Mais Médicos” é que ele significa menos Medicina.

Medicina não é uma profissão como outra qualquer, que se aprende na escola, registra-se em diploma e pronto. Medicina é um compromisso com a vida.
A vida do outro passa a fazer parte da sua vida, em constante transformação e aprendizado.

E Medicina também não é apenas e tão somente o médico. Ouvir o paciente, suas queixas e sua história, examiná-lo, dar diagnósticos, pedir exames e prescrever são tarefas do médico. Mas Medicina mesmo é bem mais do que isso.

Não existe boa Medicina onde não há condições de saneamento básico. Não existe Medicina sem enfermeiras e técnicos de enfermagem. Não existe boa Medicina sem psicólogos, fisioterapeutas e tantas áreas afins ao ato médico. Não existe Medicina sem acesso a medicamentos. Não existe Medicina sem acesso a hospitais.  Não existe Medicina sem tecnologia de ponta aplicada à saúde.

O programa “Mais Médicos” é equivocado por isso. Para onde não existe Medicina, ele quer mandar médico. Deveria primeiro mandar um engenheiro sanitarista e uma boa escola. Sem este terreno básico e fértil não é possível florescer boa Medicina.  

E o programa ainda peca por querer mandar para onde não existe Medicina um médico estranho, de qualificação duvidosa e não comprovada.

O programa peca mais ainda quando faz tudo isto de maneira autoritária, por meio de decretos, passando por cima das instituições médicas e negociando apoio nas instituições políticas em troca de favores de fins eleitoreiros. Esta é, infelizmente, a forma lamentável de se fazer política no Brasil.  

Já se disse que política é algo tão sério que não deveria ficar a cargo de políticos.  

Neste  18 de Outubro, gostaria de escrever para meu colega médico que sua atuação é política, genuíno exercício de sua  cidadania, quando se debruça sobre o cidadão e sua fragilidade.

E que, apesar de toda a política equivocada de saúde deste governo despreparado, ainda é possível exercer com dignidade e respeito a Medicina que aprendemos, que continuaremos a aprender e a ensinar.

Afinal, somos mais que estranhos profissionais a serviço de causa e ideologias alheias à Medicina. Somos bem mais que isso. Somos médicos.




Revisão e formatação


Ophicina de Arte & Prosa

Se seu sonho é escrever, nosso negócio é publicar

[ Leia mais ]

Posted by Jair Raso 0 comentários »