Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

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SUS ou SMS? Samba do Brasil louco



A constituição de 1988 reza que a saúde é direito do cidadão e dever do Estado. Para tanto foi criado o Sistema Único de Saúde, SUS, que nada mais é que o velho INPS. Isso significava saúde pública e gratuita para todos. Acontece que o Estado logo percebeu que não teria recursos nem infraestrutura para cumprir a constituição. Assim, legalmente, foi instituída a Saúde Suplementar, que poderia ser comercializada pelas operadoras de planos de saúde e seguradoras.  Agora, diante da ineficiência deste sistema híbrido, o Estado decide, por medida provisória, importar médicos estrangeiros para oferecer um tipo de serviço de saúde que não está ainda muito claro.

Fica então definido que não temos um sistema único de saúde, o SUS. Nossa Medicina, por decreto, hoje consta de serviços públicos, serviços privados suplementares e agora sistemas internacionais de qualificação duvidosa. É um Sistema múltiplo de Saúde, o SMS.

A população, ciente da ineficácia do SUS e com dificuldade para pagar os planos de saúde, aprovou, segundo as pesquisas, o SMS. Aprovou sem saber a quem vai servir um sistema tão confuso quanto ineficaz.

Há 30 anos, quando me formei, o sistema já era misto. Um dos médicos com os quais trabalhei, logo no início de carreira, era funcionário federal, assalariado, e trabalhava em um posto de saúde. Lá, atendia de graça à população. Se um cidadão necessitasse de internação, ele emitia uma guia para o hospital privado no qual trabalhava. Tratava o paciente neste hospital privado, e o governo pagava a conta. Se o paciente optasse por ficar em acomodações exclusivas, o médico poderia cobrar seus honorários diretamente.

Este médico já se aposentou. Nestes trinta anos, não houve nenhum concurso público federal para substituí-lo.  Não é possível hoje emitir guias de internação dessa maneira. E grande parte dos hospitais privados foi descredenciada não podendo, portanto, tratar pacientes do SUS. E a maioria dos hospitais que dependiam exclusivamente do SUS tornaram-se insolventes.

Tampouco é possível ao paciente optar por fazer parte do tratamento pelo SUS e parte com seus próprios recursos. Também por decreto, ou o paciente é público ou privado.

Desde então, os planos de saúde proliferaram. A população com algum recurso procura por esses planos, pois têm a garantia de um atendimento melhor que aquele oferecido pelo SUS.

Hoje o sistema de saúde brasileiro é assim: quem não pode nada tem o SUS. Não paga nada pelo tratamento, mas dificilmente recebe algum. Quem pode alguma coisa, tem plano de saúde e paga por isso. E nós todos pagamos a estranha solução do médico estrangeiro.

Penso que neste confuso samba do Brasil louco o melhor remédio é não ficar doente. Do jeito que as coisas andam, não duvido que o Governo queira modificar, por decreto, nossa constituição: a saúde passaria a ser um dever do cidadão e um direito do Estado.

  Revisão e formatação: Ophicina de Arte e Prosa


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Posted by Jair Raso 0 comentários »