Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

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Derrame em Jovens


NA, jovem de 27 anos, começou a apresentar quadro de alteração do humor alternando com certa confusão mental. Levantou-se da cama e foi ao banheiro. O marido ouviu o barulho da queda e encontrou NA rígida, no piso molhado por urina. NA já chegou ao Hospital consciente, mas persistia com confusão mental. Reconhecia o marido, mas não se recordava de absolutamente nada de errado. Não sabia onde estava. A avaliação neurológica e os exames de imagem mostraram que NA sofrera um AVC.

Há uma notícia boa e outra ruim em relação ao Acidente Vascular Cerebral (AVC, derrame): a boa notícia é que a incidência nos idosos vem caindo e a ruim é que aumentaram os casos de AVC em jovens.

Um estudo realizado em cinco Estados americanos mostrou que a média de idade de pacientes com AVC reduziu em três anos no período de 1993-94 e em 2005. No mesmo período, a porcentagem de AVC em jovens entre 20 e 45 anos aumentou de 4,5 para 7,3%.

O principal autor do trabalho, Dr. Brett Kessela, diz que o estudo não apontou causas para este aumento, mas ele considera a obesidade e o diabetes como possíveis fatores associados a esta mudança.  

NA não é diabética nem obesa. Tem como único fator de risco o uso de contraceptivo oral.

Embora a incidência seja baixa, o uso de pílula é um dos fatores associados ao AVC em pacientes jovens.

Um estudo realizado na Dinamarca acompanhou por quinze anos mulheres de 15 a 49 anos de idade em uso de contraceptivo oral. Neste grupo de mais de um milhão e seiscentas mil mulheres o AVC foi diagnosticado em 3311pessoas, o que equivale a 10,1 em cada 100 000 mulheres por ano. O risco foi maior nos contraceptivos com estradiol na fórmula.

Embora relativamente baixo, o risco de AVC em mulheres jovens deve ser considerado quando da prescrição de contraceptivos orais.

Outros fatores de risco sabidamente relacionados à maior incidência de AVC são o cigarro, a hipertensão arterial e o sedentarismo. Obesidade, diabetes e o uso de contraceptivos orais completam a lista.

A idade é um dos fatores que influenciam a recuperação de pacientes que sofreram AVC. NA deve se recuperar bem e provavelmente deverá voltar às suas atividades habituais sem sequelas.  Mas as consequências de um AVC podem ser devastadoras com alterações significativas na qualidade de vida.

Por isto os fatores de risco devem ser bem conhecidos e evitados. A obesidade e o sedentarismo exigem mudança de hábitos alimentares e à prática de exercícios, que podem influenciar positivamente no combate ao diabetes e à hipertensão arterial. Quanto ao uso do contraceptivo oral, há outros métodos de prevenção da gravidez que podem ser considerados.


 Revisão e formatação: Ophicina de Arte e Prosa

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Posted by Jair Raso 0 comentários »