Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

Contato

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Terminalidade

PH sofreu um acidente automobilístico com traumatismo crânio encefálico muito grave. Chegou ao Hospital em coma, respirando por uma sonda nasotraqueal. Após vários exames, foi submetido a um implante de um sensor em seu cérebro, para medida constante da pressão intracraniana.. Ao cabo da primeira semana, foi submetido a uma traqueostomia. Permaneceu internado na Terapia Intensiva por três semanas. Aos poucos, foi recuperando a consciência, passando a responder a estímulos. Foi transferido para um apartamento e, após o fechamento da traqueostomia, passou a respirar normalmente pelo nariz e recebeu alta para casa. Ao todo, foram cerca de 40 dias no Hospital, metade deles no CTI. Passados alguns meses, PH  foi liberado para voltar ao trabalho.
A revista Veja publicou, na última semana, uma reportagem sobre a terminalidade e o testamento vital. A reportagem traz exemplos de algumas pessoas que fizeram seu testamento em vida, especificando limites para o tratamento médico, caso fiquem sem possibilidade de tomar decisões por graves problemas de saúde.
O que me chamou atenção foi o testemunho de uma médica que diz que ela não quer ser internada por mais de sete dias em CTI, onde sua intimidade será invadida e os cuidados básicos com seu corpo, como o banho, por exemplo, ficariam a cargo de terceiros.
O exemplo do paciente PH mostra que não é o tempo de CTI que importa. O que faz toda a diferença, em qualquer tratamento, é a gravidade da doença e o prognóstico, ou seja, a possiblidade de recuperação.
Ao estipular, em seu testamento vital, que ela não autoriza internação no CTI por mais de uma semana, essa médica está decretando sua própria morte que, em várias situações, poderia ser evitada.
Prolongar tratamentos, sem que haja perspectivas de recuperação de um paciente com qualidade de vida, é o ,que deve ser evitado.
Estipular prazos e limites para tal é função que só pode ser determinada caso a caso, pelo médico assistente.
No caso do paciente PH, por exemplo, sabíamos que o paciente poderia recuperar-se integralmente, embora o risco de sequelas não pudesse ser determinado no momento da internação. Mas, para recuperar-se, com sequelas ou não, seria necessário passar por um período prolongado no Hospital, onde sua intimidade foi, sim, invadida e o cuidado com seu corpo foi delegado a terceiros, especialmente treinados para isso.
O que não se pode confundir, ao se redigir um testamento vital, é o desejo com a necessidade. Ninguém, em sã consciência, desejaria ficar numa unidade de terapia intensiva por tempo prolongado. Muito menos que os cuidados mínimos com seu corpo ficassem sob responsabilidade de outra pessoa. Mas se isso for necessário para a recuperação, não se submeter ao tratamento seria, para dizer o mínimo, insensato.
É bom que as pessoas debrucem o pensamento sobre a terminalidade. Penso mesmo que redigir um testamento vital seja muito útil, pois transforma em documento o desejo da pessoa.
O que não deve constar no testamento são limites específicos que só podem ser determinados caso a caso, na beira do leito, sob inteira responsabilidade do médico assistente.

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Posted by Jair Raso 0 comentários »